quinta-feira, 24 de maio de 2012

Fórum sobre a medicalização na educação - Rondônia e Acre




Somos um grupo de profissionais, estudantes e comunidade em geral que a partir do I Seminário sobre Políticas Públicas em Educação e Saúde & III Encontro Rondoniense de Psicologia Escolar e Educacional: Medicalização da Queixa Escolar ocorrido no período de 13 a 17 de março do corrente ano, aderimos ao Fórum Sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, de atuação permanente, que tem por finalidade articular entidades, grupos e pessoas para o enfrentamento e a superação do fenômeno da medicalização, bem como mobilizar a sociedade para a crítica à medicalização da aprendizagem e do comportamento.
Medicalização da aprendizagem e do comportamento vem a ser a prática de rotular o aluno que não aprende como tendo hiperatividade, dislexia, deficiência intelectual, entre outros. Ou seja, a medicalização consiste no processo que transforma, artificialmente, questões não médicas em problemas médicos. Problemas de diferentes ordens são apresentados como “doenças”, “transtornos”, “distúrbios” que escamoteiam as grandes questões políticas, sociais, culturais, afetivas que afligem a vida das pessoas. Questões coletivas são tomadas como individuais; problemas sociais e políticos são tornados biológicos. Nesse processo, que gera sofrimento psíquico, a pessoa e sua família são responsabilizadas pelos problemas, enquanto governos, autoridades e profissionais são eximidos de suas responsabilidades.
Uma vez classificadas como “doentes”, as pessoas tornam-se “pacientes” e consequentemente “consumidoras” de tratamentos, terapias e medicamentos, que transformam o seu próprio corpo no alvo dos problemas que, na lógica medicalizante, deverão ser sanados individualmente. Muitas vezes, famílias, profissionais, autoridades, governantes e formuladores de políticas eximem-se de sua responsabilidade quanto às questões sociais: as pessoas é que têm “problemas”, são “disfuncionais”, “não se adaptam”, são “doentes” e são, até mesmo, judicializadas.
A aprendizagem e os modos de ser e agir – campos de grande complexidade e diversidade – têm sido alvos preferenciais da medicalização. Cabe destacar que, historicamente, é a partir de insatisfações e questionamentos que se constituem possibilidades de mudança nas formas de ordenação social e de superação de preconceitos e desigualdades.
As reuniões de nosso Fórum ocorrerão sempre na última sexta-feira do mês, visando das discussões e agregando cada vez mais pessoas que anseiam por uma educação de qualidade sem que seja necessário medicalizar.
Telefones para contato:
Profª Drª Iracema Neno Cecílio Tada: (069) 99833564
Disc. Fabrício Ricardo Lopes: (069) 92759039

Nenhum comentário:

Postar um comentário