Medicalização da
aprendizagem e do comportamento vem a ser a prática de rotular o aluno que não
aprende como tendo hiperatividade, dislexia, deficiência intelectual, entre
outros. Ou seja, a medicalização consiste no processo que transforma,
artificialmente, questões não médicas em problemas médicos. Problemas de
diferentes ordens são apresentados como “doenças”, “transtornos”, “distúrbios”
que escamoteiam as grandes questões políticas, sociais, culturais, afetivas que
afligem a vida das pessoas. Questões coletivas são tomadas como individuais;
problemas sociais e políticos são tornados biológicos. Nesse processo, que gera
sofrimento psíquico, a pessoa e sua família são responsabilizadas pelos
problemas, enquanto governos, autoridades e profissionais são eximidos de suas
responsabilidades.
Uma
vez classificadas como “doentes”, as pessoas tornam-se “pacientes” e
consequentemente “consumidoras” de tratamentos, terapias e medicamentos, que
transformam o seu próprio corpo no alvo dos problemas que, na lógica
medicalizante, deverão ser sanados individualmente. Muitas vezes, famílias,
profissionais, autoridades, governantes e formuladores de políticas eximem-se
de sua responsabilidade quanto às questões sociais: as pessoas é que têm
“problemas”, são “disfuncionais”, “não se adaptam”, são “doentes” e são, até mesmo,
judicializadas.
A
aprendizagem e os modos de ser e agir – campos de grande complexidade e
diversidade – têm sido alvos preferenciais da medicalização. Cabe destacar que,
historicamente, é a partir de insatisfações e questionamentos que se constituem
possibilidades de mudança nas formas de ordenação social e de superação de
preconceitos e desigualdades.
As reuniões de nosso Fórum
ocorrerão sempre na última sexta-feira do mês, visando das discussões e
agregando cada vez mais pessoas que anseiam por uma educação de qualidade sem
que seja necessário medicalizar.
Telefones para contato:
Profª Drª Iracema Neno Cecílio
Tada: (069) 99833564
Disc. Fabrício Ricardo Lopes:
(069) 92759039
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